terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

5ª Assembleia Contra as REMOÇÕES no CAJU!




No dia 02 de fevereiro, dezenas de moradores compareceram à 5ª Assembléia Contra as REMOÇÕES no CAJU, para se informar, debater e propor sobre os rumos desta luta. Algumas pessoas estão participando desde a primeira assembleia, outros foram pela primeira vez, por verem que o risco de remoção é real e que as condições de cada morador que está sozinho, é mais difícil que a dos que estão organizados, lutando em grupo. A UNIÃO FAZ A FORÇA!





Desde o dia 06 de outubro de 2013, dezenas de moradores da Chatuba (Parque Boa Esperança) vêm se reunindo e se organizando contra o projeto de REMOÇÃO ARBITRÁRIA que a CCR- Ponte  e a Prefeitura da cidade do  Rio de Janeiro pretendem realizar nesta favela do Bairro do Caju.


Assembleia - 06/10/2013



O Direito à moradia é um direito básico e não pode ser atacado por nenhum governo ou empresa, inclusive perante a Lei dos ricos, sob a qual vivemos hoje. Como podem então a Prefeitura do Rio de Janeiro e a empresa CCR Ponte ousarem retirar pessoas de suas casas À FORÇA para que um VIADUTO, ligando a Ponte Rio-Niterói à Linha Vermelha, seja construindo? E o pior: arruinando as vidas de quem pode ser expulso de casa e também as vidas de quem ficará na Chatuba, tendo que aturar MAIS POLUIÇÃO e MAIS BARULHO em seu dia a dia.




Segundo a CCR Ponte, falta apenas autorização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para que as "negociações" e as obras se iniciem. Também segundo a CCR, seriam entre 100 e 150 famílias que ficariam sem as suas casas! O Projeto se encontra no site da CCR, mas nem de longe cita os MORADORES da favela, que serão afetados direta e indiretamente com o projeto. O que é preocupante, pois julgam que não haverá nenhuma resistência e que será fácil "enxotar" os moradores do local.


Além do mais, quem faz o processo de REMOÇÃO é a Prefeitura, com o Dinheiro Público dos impostos que pagamos! A Prefeitura atua através do MEDO e dos seus "cachorros" que fazem campanha para seus deputados e vereadores a cada eleição. Os "cachorros" são, em sua maioria, as pessoas que trabalham nas Associações de Moradores das oito favelas que compõe o bairro. Desde a implementação da UPP no bairro do Caju, vários presidentes das associações de moradores se autodenominam como supostos presidentes de todo o bairro, o que é um ESCÂNDALO. Então, o Governo julga que será fácil manter o povo quieto e obediente novamente. MAS NÃO SERÁ ASSIM! Apesar das mentiras, de que "ninguém vai sair" ou "se sair, vai ganhar um dinheiro bom", O POVO DECIDIU QUE NÃO VAI TER REMOÇÃO NO CAJU!

CASA NÃO É SÓ TIJOLO E CIMENTO! É o local em que as pessoas constroem suas vidas e relações de amizade e familiares. E isso, NENHUM DINHEIRO PODE PAGAR!

NÃO TEM ARREGO! Não tem dinheiro dinheiro de empresa, de Governo e de parlamentar que compre os moradores e sua luta! Tem o POVO UNIDO, LUTANDO PELA SUA MORADIA E POR SUA VIDA! A NOSSA LUTA É TODO DIA!

O POVO UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!

LUTAR! CRIAR! PODER POPULAR!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Contra a “privatização” da luta popular!




Financiadores da ONG que apareceu no Caju recentemente
Nós do Caju estamos vendo de perto a tentativa de aparelhamento das lutas dos moradores pelas ONG’s. ONG’s estas financiadas por Ministérios do Governo, empresas automobilísticas (FORD) , UNICEF, Natura e pela Petrobrás, inclusive.
É preciso ter clara a distinção entre PARTICIPAR e COMANDAR uma luta popular.  QUAL É O OBJETIVO DE UMA ONG QUANDO ELA QUER SUPOSTAMENTE PARTICIPAR DA LUTA DOS TRABALHADORES? É PRECISO PENSAR O PAPEL DA ONG NA MILITÂNCIA POLÍTICA.
Primeiramente a lógica de uma Organização Não Governamental (ONG) não é a mesma que os trabalhadores procuram; ONG não luta contra as desigualdades que há entre ticos e pobres; ONG nã
o faz revolução Socialista. Pelo contrário, a lógica de sua existência é fundamentalmente a existência da pobreza para receberem financiamento de empresas privadas para realizar seus projetos sociais.
Os projetos sociais nada mudam para melhor a vida dos trabalhadores.  Além de mascarar as mazelas de nossa sociedade, onde o governo se isenta de cumprir suas funções básicas ,  pagam para que as ONGS façam. Tudo sai mais caro e do nosso bolso. 
Este tipo de ação para controlar os trabalhadores não acontece por acaso e nem de forma isolada em alguns lugares. É um projeto que acontece mundialmente para mascarar a exploração e a péssima condição de vida dos pobres. 
“QUEM PAGA A BANDA ESCOLHE A MÚSICA”. A luta coletiva dos trabalhadores por melhores condições de vida só interessa aos próprios trabalhadores. As empresas e governos não querem que a vida do trabalhador melhore, mas querem que ele fique acomodado, aceitando a exploração.  O papel das ONG’s é justamente esse, não permitir que os trabalhadores se organizem, dando migalhas aos mesmos para que se conformem. Os trabalhadores têm que se organizar de forma independente de GOVERNOS, EMPRESAS E ONG’S.
Os interesses dos empresários não são os mesmos interesses dos pobres. A vontade de quem explora é explorar cada vez mais o trabalho do pobre. E a vontade do trabalhador é melhorar suas condições de vida e existência, como seu salário, sua casa, seu bairro, o acesso a hospitais, escolas e ao lazer. 

Nós do Caju Notícias não recebemos (E NEM QUEREMOS RECEBER) dinheiro de governo, empresas, ONG's ou qualquer outro tipo de associação que seja financiada pelos ricos!  Nossa luta contra as remoções de casas, contra a usina de cimento, contra a usina de asfalto e de cal, contra o fechamento de hospitais,  escolas, do Museu da Casa de Banhos e contra a bagunça que as empresas portuárias fazem no Caju, é feita e comandada pelos moradores do Caju, coletivamente, em Assembléias com dezenas de moradores, e não por empresas que acabam com a nossa qualidade de vida e ONG's que só querem usar os moradores para receber dinheiro

1ª ASSEMBLÉIA CONTRAS AS REMOÇÕES - 06/10/2013
LUTAR! CRIAR! PODER POPULAR!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Assembléia Contra as Remoções no Caju

      No último dia 6 (domingo) ocorreu na Praça do Campinho - Rua do Canal - na favela da Chatuba, No Caju, a primeira assembléia dos moradores com o movimento Favela Não se Cala. A reunião que ocorreu na parte da manhã, contou com a presença de vários moradores das favelas do Caju, do MPL - Movimento Passe Livre, integrantes do Favela Não se Cala e moradores de outras favelas do Rio de Janeiro.

       Durante a assembléia, foram expostos alguns problemas gerais que estão acontecendo em todas as favelas do Rio de Janeiro por conta dos Mega-Eventos. Processos de remoções forçadas; Instalações de UPP's; Construção de viadutos; encarecimento da vida nas favelas e a elitização dos eventos nas favelas, são problemas comuns que as favelas do Caju começam a enfrentar - além dos problemas antigos como o fechamento de hospitais e escolas; a péssima Clínica da Família; o grande número de carretas e os estacionamentos irregulares; Usinas de Asfalto, Cimento e Cal; falta de semáforos e a falta de uma vida cultural no bairro.
       Além da exposição dos impactos causados pelas obras do projeto Porto do Século XXI, descritos no relatório final da FIRJAN, feito para o Governo Estadual, o problema das remoções das casas para a construção do viaduto que ligará a Linha Vermelha a Ponte Rio-Niterói. Outra questão que está deixando os moradores aflitos é a Prefeitura ter proibido os catadores de lixo de trabalharem no  lixão da Comlurb, no bairro.
       Como relatado por uma moradora, a atividade era o que os moradores utilizavam para sobreviver.  Agora, muitas famílias estão em estado de fome, passando necessidade e sem ajuda alguma do governo.
       Os moradores não estão recebendo ajuda alguma além dos seus familiares e amigos. Relataram que às vezes recebem visitas de pessoas que se dizem trabalhar em ONGs e realizam pesquisas. Anotam o número de seus documentos e dados pessoais, porém, até hoje nada foi feito.
       Além dos boatos espalhados pela comunidade das futuras remoções, alguns moradores relataram que, a alguns anos, receberam uma visita de funcionário de empresa terceirizada que mediu alguns imóveis. Segundo este funcionário, os moradores receberiam apenas a indenização de acordo com o m² (metro quadrado) da casa, não levando em conta o estado que a casa se encontra e os investimentos feitos pelos moradores.
Moradora relata os problemas vividos pelos catadores de lixo.
        A união e organização dos moradores é fundamental neste tipo de luta contra as remoções forçadas. Não importa se o morador tem ou não a escritura da casa, se paga luz ou água na mesma. As pessoas que construiram suas casas com suas próprias mãos, que realizam obras e acabamentos, são as verdadeiras donas das casas. As remoções forçadas, segundo o Estatuto das Cidades, É ILEGAL! Mesmo com o argumento de que nossas casas não são nossas, de que são ocupações ilegais, ninguém tem o direito de nos retirar de nossos lares.
         Lembramos na reunião que qualquer pessoa, presidente de Associação de Moradores, funcionário da prefeitura, Vereador, Deputado Estadual ou qualquer pessoa que trabalhe para político, NÃO PODE CANCELAR O BENEFÍCIO DO BOLSA FAMÍLIA! Sabemos que existem pessoas, até moradores que se vendem para a prefeitura, que irão ameaçar os moradores. Mas não existe qualquer meio de qualquer pessoa cancelar o Bolsa Família ou o Cartão Carioca! É MENTIRA! Se isto acontecer, seja quem for, funcionário da prefeitura ou a UPP, nos avise que denunciamos! Vocês também podem denunciar. Na Defensoria Pública ou no Ministério Público. Não existe ninguém que, mesmo tendo trabalhado no Ministério Público, saiba da denuncia que algum morador faz. Pois, além da denuncia ser anonima, o Ministério Público é uma Instituição Pública, onde trabalham diversas pessoas e qualquer cidadão tem o direito de poder acionar!

Os moradores dizem que não querem sair de suas casas.

         Os saldos da reunião foram positivos. Um grupo de 4 moradores se predisporam  a formar uma Comissão de Moradores Contra a Remoção.
         Foi marcada outra reunião para o dia 20 de outubro, às 10 horas, na Praça do Campinho.


       AGUARDAMOS TODOS LÁ!

       JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Assembléia Favela Não se Cala - Contra as Remoções

                       ATENÇÃO MORADORES DO CAJU!!!!

ACONTECERÁ NO DIA 06 DE OUTUBRO, DOMINGO, NA PRAÇA DO SENINHA, NA CHATUBA, A ASSEMBLÉIA DO FAVELA NÃO SE CALA JUNTO DOS MORADORES DO CAJU.
FALAREMOS SOBRE O QUE FAZER CONCRETAMENTE CONTRA AS REMOÇÕES FORÇADAS DE CASAS NA CHATUBA.  A PREFEITURA ESTÁ TIRANDO CASAS PARA FAZER O VIADUTO QUE VAI DA PONTE RIO-NITERÓI ATÉ A LINHA VERMELHA. MAS ISSO É ILEGAL!

    A favela da Vila Autódromo está sofrendo ameaças de remoção desde 2007, durante o governo de César Maia. Deste a eleição da gangue do guardanapo, Eduardo Paes, as tentativas de remoção forçadas de casas dos moradores se intensificou. Infelizmente, vários moradores se vendem para a Prefeitura e prestam o lamentável papel de pressionarem posicologicamente e até pelo uso da força os moradores a saírem de suas casas.

   A Associação de Moradores da Vila Autódromo, junto dos outros moradores e junto com outros movimentos sociais e outras favelas, conseguiram fazer com que o prefeito voltasse atrás e recuassem. Porém, alguns moradores ainda estão vendidos a prefeitura.

   No Caju, nossas associações de moradores estão vendidas para a prefeitura e para os vereadores que são amigos do governo. Por isso, nós moradores temos de nos unir e barrar esta tentativa criminosa de retirarem nossas casas. Não precisamos pagar dinheiro algum para Associação de Moradores e nem dependemos delas para nos unir. Façamos nós mesmos nossa luta!

    Iremos trazer arquiteto, engenheiro, advogado e moradores que estão lutando contra a remoção forçada da prefeitura! VAMOS JUNTOS! JUNTOS SOMOS FORTES!


ESPERAMOS TODOS LÁ!

JUNTOS SOMOS FORTES!


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sobre as Manifestações de Junho







           Sei que o mobilizacajuzp é intencionado para falarmos sobre o problema de nosso bairro. Vejo, porém, a necessidade de estarmos informados corretamente sobre a situação política de nosso país.
          Visto que os telejornais e os jornais impressos omitem e por muitas vezes, distorcem as informações, tentarei trazer aqui um breve resumi e uma reflexão sobre as manifestações que ocorreram em todo o país.


Professor da rede estadual ferido com bala de borracha no dia 30/06. 
 
           Desde o ano passado, na campanha eleitoral para prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, os jovens se organizaram para viabilizar uma campanha igualitária dos candidatos dos partidos de esquerda. Partidos como PSTU, PSOL e PCB disputaram as eleições de forma desigual contra a mega aliança de 20 partidos que levaram a eleição do atual prefeito Eduardo Paes (PMDB).
             Com a reeleição do atual prefeito, a juventude que se organizou voluntariamente na campanha do deputado estadual Marcelo Freixo, (nomeada de Primavera Carioca) encampou um calendário de manifestações contra a atual política de privatização e remoções,  que fazem parte do programa político de Eduardo Paes. Uma dessas manifestações encampada pela Primavera Carioca é a luta contra o aumento das passagens.
            Nas primeiras manifestações contra o aumento das passagens - anunciado uma semana após a reeleição de Eduardo Paes – o público presente era, em sua maioria, das organizações de esquerda e dos movimentos sociais. Alguém lembra da menina que levou choque de um policial militar durante uma manifestação em frente a Prefeitura? Pois é, nós lembramos! Apenas 100 pessoas compareceram a este ato.
20/06 
            Com o aumento das passagens deste ano, toda a indignação que vinha sendo acumulada nos últimos anos pela população aflorou de uma forma nunca antes vista. Com as primeiras manifestações televisionadas de São Paulo, o Rio de Janeiro conseguiu levar 10 mil pessoas às ruas no dia 13 de junho. Desde então, a TV GLOBO e todos os outros jornais, anunciavam as manifestações como atos de uma juventude vândala e vagabunda.
            No dia 16 de junho, houve o primeiro jogo da Copa FIFA do estádio do Maracanã. Houve também, uma manifestação contra o aumento do custo de vida. Esta manifestação foi marcada pela violência que a Polícia Militar trouxe para as ruas do bairro do Maracanã e para o parque Quinta da Boa Vista. Além dos excessos cometidos contra os manifestantes com bombas de efeito moral, bomba de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta, a Tropa de Choque da Polícia Militar atacou os manifestantes no próprio parque da Quinta da Boa Vista – onde estavam famílias inteiras passeando num domingo de Sol. A Prefeitura trancou os manifestantes dentro da Quinta da Boa Vista, fato que foi motivo de ódio por parte das pessoas que estavam no parque.
          Vemos neste dia, a mudança do discurso dos meios de comunicação, novamente em especial a Rede Globo, onde em menos de DEZ HORAS, seu comentarista, Arnaldo Jabour, mudou TOTALMENTE o seu discurso de “baderneiros” para “eu errei”. Como todo meio de comunicação de massa, seu poder ideológico é muito forte para com a população. As capas de jornais como Meia-Hora e O Dia, traziam várias críticas a postura costumeira violenta da Polícia Militar. Isto trouxe consigo, uma aderência popular incomparável onde, no dia 27 de junho, cem mil pessoas foram a Avenida Rio Branco.
                Após a manifestação alcançar CEM MIL PESSOAS, TODOS OS JORNAIS "mudaram de opinião". Começa então, mais uma vez, a manipulação da pauta. Os jornais que sempre vandalizavam qualquer mobilização social, passaram a exercer o papel de PORTA VOZ das reivindicações sem NINGUÉM ter lhe dado a autoridade.   
                 No dia 20 de junho, mais de 1 milhão de pessoas foram na Presidente Vargas, marchar até a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. As pessoas que foram às ruas, foram "autorizadas" pelos meios de comunicação a irem, pois, todos os jornais traziam a "felicidade" de que o "povo" ia para as ruas. Porém, a resposta a violência policial ou quebrar algo na rua era tido como VANDALISMO. 

DIA 20
          No dia 20 de Junho, mais de um milhão de pessoas ocuparam a Avenida Presidente Vargas, fechando todas as pistas. Num misto de mobilizações diversas, encontravam-se movimentos sociais, partidos políticos e setores da classe média. Após a chegada da passeata em frente a Prefeitura começa o ato de terror orquestrado pelos governos Municipal, Estadual e Federal.
         Primeiramente, gostaria de esclarecer que não houve algum ataque das pessoas à Polícia Militar ou a Guarda Municipal. Nos esperavam na Prefeitura a Tropa de Choque, o Bope, a Guarda Municipal e a Cavalaria. Eu estava em frente a Prefeitura e posso dizer que, o que assustou os cavalos da polícia foram as bombas de gás lacrimogêneo que a Guarda Municipal atirou. 
           O primeiro ataque à passeata surgiu de DENTRO da Prefeitura por parte da Guarda Municipal. A Guarda Municipal lançou bombas da gás lacrimogêneo por uma arma de longo alcance nas pessoas que estavam paradas na Presidente Vargas. 
A prova de que foi a Guarda Municipal está nesse vídeo

 
   Começa assim, o terror que durou toda a noite do dia 20 de junho.
           As pessoas que tentaram se retirar da Presidente Vargas, seja pelo motivo que for, não conseguiam seguir, visto que a Tropa de Choque cercou as ruas transversais à Presidente Vargas e atacava as pessoas com bombas e balas de borracha. Em meio a um desespero generalizado, as luzes da Presidente Vargas foram apagadas, as câmeras da CET-RIO foram desligadas e os sinais dos celulares, simplesmente desapareceram.
           As pessoas foram encurraladas pela Tropa de Choque e o Bope por toda e qualquer rua do centro da cidade. O Caveirão da Polícia Militar e do Bope e o Blindado da Polícia também foram acionados contra os manifestantes, sejam eles quem for. O pânico fez com que as pessoas corressem desesperadamente em qualquer direção. Eu estava em frente a Prefeitura junto do meu namorado e de dois amigos, quando jogaram quatro bombas em nós e uma caiu em cima de meu namorado, nós nos perdemos. Fiquei somente com um amigo que me acompanhou até o sambódromo. Somente lá encontrei meu namorado, mas perdemos o quarto membro de nosso grupo.
           Tentamos ir embora pelo Campo de Santana, mas em todas as ruas que entrávamos, levávamos bombas e balas de borracha da Tropa de Choque. Fomos seguindo até a Praça Tiradentes. Ficamos em frente ao IBIS HOTEL, na esperança de que lá não fôssemos alvos das violência do Choque. Ledo engano, o Choque novamente respondeu a todos com bombas e balas de borrachas. Tivemos que ir desesperadamente para a Lapa, passando pela Rua da Carioca e Avenida Rio Branco (não me pergunte como).
            Quando chegamos aos Arcos da Lapa, achávamos que lá estaríamos a salvo – por se tratar de um bairro muito frequentado por turistas. Outro engano, embaixo dos arcos, a Tropa de Choque e o Bope nos cercaram e atiraram bombas e balas (dessa vez de verdade) contra nós. Ficamos perplexos com tal atrocidade, porém, tivemos que correr, pois o Caveirão avançava sobre nós.
           Dai em diante, vimos vários bares fecharem suas portas, pessoas que estavam em bares levaram gás e e balas de borrachas. Turistas e pessoas que não foram na manifestação se juntavam a nós, correndo para fugir da violência da Polícia Militar. Pessoas que estavam em boites e reclamavam com os policiais, também levavam spray de pimenta, bombas e balas de borracha. Acabamos encurralados numa das vielas da Lapa. Sem saber o que fazer e com a Tropa de Choque vindo nos dois lados da rua, invadimos um hotelzinho na Lapa. Nós e um grupo de 30 pessoas se esconderam no hotel, porém, não durou muito. Policiais da Tropa de Choque SEM identificação invadiram o hotel e ameaçaram jogar bombas caso não saíssemos. Todos saíram. Fomos rendidos pelos policiais. Nesta hora, fomos informados que seríamos liberados, porém, não podíamos sair juntos. Caso saíssemos juntos, iríamos levar bomba e balas de borrachas, segundo o policial da Tropa de Choque. 
Vídeo do Hotel:  
          Visto o fim de nosso terror, fomos em direção ao Castelo para finalmente pegarmos um ônibus para ir embora. No caminho porém, vimos um ato de extrema covardia por parte dos policiais. Ato este que nenhum veículo de comunicação anunciou : durante a varredura que a Tropa de Choque realizava pelo centro, bombas e balas de borracha foram atiradas sobre qualquer pessoa e grupo que estava na rua. Nisto, vimos um menino que levantou um cartaz perto dos quiosques que ficam de baixo dos arcos da Lapa. A resposta da Tropa de Choque foi rápida: dois policiais enforcaram o menino, jogaram-no no chão e lhe deram socos e pontapés. As pessoas que assistiam a tal fato, gritavam aos policiais para que parassem com tal atrocidade, e foram recebidas a bombas e balas. 


Vídeo do Choque apreendendo o celular do menino:



Myllena Cunha 

 



quinta-feira, 23 de maio de 2013

UPP CHEGOU, E AÍ?



                Há mais de dois meses o nosso bairro foi "invadido" pelo Batalhão de Choque. E então, o que aconteceu? Bem, em menos de 25 minutos o bairro do Caju já estava "tomado" pelas forças policiais. Ai foi aquele circo: cavalaria, caveirão, homens do Choque, do BOPE, Beltrame e até a Rede Globo. À tarde, após a tenda armada, houve a outra invasão no Caju:  DAS EMPRESAS. A primeira, foi da Sky. Inúmeros vendedores da Sky comparecem de casa em casa querendo empurrar os piores pacotes de canais oferecidos pela empresa - como coisa que nenhum morador anteriormente tivesse tv a cabo. Eu mesma tenho a OI TV, que nunca foi proibida de entrar aqui. 
Invasão da SKY.


A primeira coisa que me irritou profundamente foram as falsas noticiais que a querida Rede Globo publicava em seus jornais - Extra e Meia Hora. A primeira foi a "Queima de estoque" que os bandidos supostamente fizeram. Em primeiro lugar, a venda de crack nas favelas do Rio de Janeiro são divididas nas favelas do Comando Vermelho - quem estuda pelo menos um pouco, sabe que nos anos 90 o Comando Vermelho que trouxe o tipo da droga de São Paulo para o Rio de Janeiro - por isso, favelas de outros comandos não vendem o Crack. Em segundo lugar, os jornalistas AFIRMAVAM que os traficantes DISTRIBUÍRAM MACONHA PARA OS MORADORES. Espera aí, quer dizer que os moradores são também USUÁRIOS? DE ONDE ESSA JORNALISTA OBTEVE ESTA INFORMAÇÃO? Além de sermos pobres, também somos usuários de drogas?! Isso foi ridículo! Mostra bem claro o preconceito que os meios de comunicação elitistas como a Rede Globo têm em relação aos pobres.
     
Depois, a parte mais irritante foram as CONSTANTES REPORTAGENS MENTIROSAS QUE A GLOBO PUBLICAVA NO SITE DO G1 E NA TELEVISÃO. A primeira delas, foi mostrando a antiga sede da Fundação Parques e Jardins que a PRÓPRIA PREFEITURA ABANDONOU e virou um terreno baldido como fosse um terreno que os traficantes detinham. NOSSA, QUE MENTIRA!!!! Outra notícia foi sobre o Museu da Casa de Banhos de D. João VI.  Qualquer pessoa SABE QUE A PREFEITURA FECHOU AQUELE MUSEU A MAIS DE TRÊS ANOS!!! Mas a droga da Rede Globo fez uma reportagem em que mostrava que o motivo que nosso amado Prefeito da GANGUE  DO GUARDANAPO fechou o Museu porque os  redores da Casa estavam MUITO PERIGOSOS. Quando li esta reportagem pensei que estava maluca. Desde quando a rua do Museu - Rua Praia do Caju -  tem tráfico? Desde quando um suposto busto de D. João VI está coberto de marcas de tiros se o busto fica DENTRO do Museu? Além de estudar geografia, os repórteres da Globo precisam de avaliações psiquiátricas. Vou mostrar a vocês uma foto da maneira verdadeira que o Museu está:

Este é o Museu de dia: FECHADO.
Está é a cratera na rua em frente a Casa de Banhos.



Esta é a foto que a Globo NÃO MOSTROU: O ESTACIONAMENTO DE CARRETAS QUE A PORTA DO MUSEU VIROU.
 Bom, está mais que claro o trabalho tendencioso, ideológico e alienante que a mentirosa da Rede Globo faz, certo?

          Partindo para outro ponto, vamos falar sobre o mês em que o CHOQUE permanesceu no Caju. Além de todos os dias, durante todo o dia tivemos de enfrentar as crianças do CHOQUE soltando bombas por todo o bairro. Os queridos fardados e armados ainda cercaram a sede da antiga DPO com ARAME FARPADO! Detalhe que a sede fica com lado de uma ESCOLA e da entrada da Manilha. Não sei quem é  mais incopetente: o Sérgio Malandro Cabral ou esses policiais do Choque, que tratam nós, moradores, como lixo. Recebi vários relatos de pessoas que estavam nas portas de suas casas e os DIGNÍSSIMOS POLICIAIS DO CHOQUE, QUE MAIS PARECIAM CRIANÇAS SOLTANDO BOMBINHAS, jogabam SPRAY DE PIMENTA em seus rostos durante a noite. É ESSA A PAZ QUE QUEREMOS?! QUEREMOS "PESSOAS" QUE DETÉM ARMAS DE FOGO NOS TRATANDO ASSIM??? PESSOAS QUE SÃO CONSIDERADAS AUTORIDADES, MAS REAGEM COMO SE FOSSEM VÂNDALOS?
 
CHOQUE cerca com Arame farpado a sede da antiga DPO.
















Agora, os policiais do Choque saíram e em seu lugar entraram os policiais da UPP. E o que mudou? Bem, ABSOLUTAMENTE NADA! Ainda não existe UM MÍSERO SEMÁFORO no Caju, as carretas ainda estacionam em QUALQUER lugar, há lixos espalhados por TODOS os cantos, há carcaças abandonadas nas ruas... Ah sim, houve mudança: OS COMERCIANTES, MESMO QUE EM SUA RESIDENCIA, FORAM AVISADOS PELA UPP (?) QUE AGORA DEVERAM SE CADASTRAR NA PREFEITURA PARA PAGAR OS IMPOSTOS DE COMERCIANTES. Que luxo!!!!!!!!!! Nós não somos pessoas para termos UMA passagem de pedestre, UM semáforo em frente a escola, mas o prefeito lembra da gente na hora de pagar IMPOSTOS!!!
Lixo na calçada ao lado da Escola Municipal Professora Laura Silva.

Carro estacionado irregularmente na calçada da General Gurjão.

Estacionamentos de carretas na rua Carlos Seidl.

E ainda somos obrigados a aturar a Rede Globo mostrando reportagens sobre os "investimentos" que o Caju receberá. QUANDO? No dia em que o Eike desapropriar os moradores? Pessoas, o Governo Federal, Estadual e Municipal estão unidos contra nós! Em pouco tempo o projeto é de tranformar o Caju num Cemitério de Carretas! O Museu não está fechado a toa. A UPP não veio a toa. Percebem que só quem se beneficiou com a UPP foi a iniciativa privada? As empresas?! SÓ, E MAIS NADA.


NÃO SE VENDAM PARA OS POLICIAIS. ESTÃO QUERENDO COMPRAR OS MORADORES COM BRINQUEDOS, PASSEIOS E FESTAS, MAS LEMBREM-SE DO QUE SOFREMOS COM O CHOQUE. COM A UPP NÃO SERÁ MUITO DIFERENTE. AO MESMO TEMPO QUE FAZEM FESTA, NOS COMBRAM IMPOSTOS E REGULAMENTAM NOSSAS ROTINAS. A UPP NÃO É PROJETO PERMANTE. ELA SÓ FICARÁ ATÉ 2016. É PROJETO DE MEGA EVENTO E NÃO DE CIDADANIA.


Se nós não fizermos, ninguém fará.






Ah, e outra coisa: na útilma postagem minha, recebi um comentário sobre a clínica da família. A postagem não era sobre a Clínica, mas vai lá: 
Eu e todos profissionais da saúde que trabalham sério criticam o modelo de Clínica que a prefeitura implementou. Primeiro: não se faz clínicas somente com atendimento rotineiros se há uma grande demanda de EMERGÊNCIAS. O atendimento rotineiro é imprescindível, mas não temos no Brasil, atendimento de emergência que funcione. Outra coisa: Privatizar a saúde é um CRIME! Porque colocam ONGS para administrar as clínicas? ONGS que deixaram por muitos meses os funcionários da Clínica do Caju SEM pagamento. Isso é bom? Outra: Porque um médico da Clínica da Família ganha 11 mil reais por mês e os médicos concursados ganha só 1 mil ?  
NENHUM profissional da saúde que trabalha pensando nas pessoas admite um atendimento somente com ENFERMEIROS. É PRECISO TER O MÉDICO!!! 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CAJU É ZONA PORTUÁRIA, NÃO ZONA NORTE



Sobre a futura implementação de UPP no bairro do Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro.



      Lendo sobre a declaração do Beltrame no desfile das escolas de samba campeãs neste último sábado e toda a repercussão nos jornais, muitas perguntas vieram à minha cabeça. Mas uma foi fundamental : PORQUE A MÍDIA, A PREFEITURA E O GOVERNO DO ESTADO INSISTEM EM FALAR QUE O CAJU É UM BAIRRO DA ZONA NORTE?! Falta o quê, jornalistas? Conhecimento em Geografia? Não podemos nos deixar enganar pelo discurso que estão nos vendendo de que fazemos parte da ZONA NORTE. Não sou apenas eu que digo isto, a própria PREFEITURA nos fala, é só ir no site: http://portalgeo.rio.rj.gov.br e ver a zona que está o bairro do Caju, além de constatarmos pelos nossos próprios olhos o ENORME número de.... CARRETAS que atravessam o bairro para o...  PORTO!!! Não sei se é muito estupidez ou jogo baixo dos jornalistas, mas este erro grosseiro que dá nojo, não é a toa. Pensem: com toda a polêmica da REVITALIZAÇÃO DA ZONA PORTUÁRIA e o Caju que ganha agora UPP e não faz parte da revitalização? Abram os olhos!
       Outro  ponto:  O bairro do Caju é um complexo de favelas?! Como assim?! O Caju é um bairro com 8 favelas, mas é um BAIRRO! Estamos cadastrados na prefeitura assim.
     Vem UPP? Beleza! Mas vem um Hospital 24 horas?! Vem a Guarda Municipal multar as carretas que param em QUALQUER lugar do bairro? Vem a limpeza urbana nas ruas do Caju? A prefeitura vai cassar a empresa de Cimento, Concremix por estar funcionando SEM ALVARÁ?  SERÁ QUE A MÍDIA IRÁ MOSTRAR ISSO?  SERÁ QUE A MÍDIA IRÁ MOSTRAR OS POLICIAIS DO CAJU QUE NÃO MULTAM AS CARRETAS??? Ou no Caju o único problema é a pobreza que concomita em favelas? É este tipo de "cidadania" que nós queremos? Um aviso aos navegantes: quando há instalação de UPP a operação PADRÃO do BOPE é invadir TODAS AS CASAS E REVISTÁ-LAS! Mesmo SEM MANDADO, eles o fazem. E aí, você vai querer que entrem na sua casa sem uma ordem judicial? Entrar na sua casa simplesmente pelo fato de você ser POBRE? Porque é isso que acontece,o BOPE entra e revista tudo, se a porta estiver trancada, eles arrombam as casas. E quem paga o concerto? Você! Na Zona Sul, a polícia não faz isso, na Zona Sul existem os Direitos Humanos...
      Fiquei assustada ao ver pessoas colando a reportagem na porta de casa sobre a futura implementação da UPP do Bairro do Caju. Será que essas pessoas não estão informadas sobre todas as violências que os moradores estão sofrendo com estas ocupações? Em favelas com UPP, o tráfico de drogas não termina, o próprio Beltrame já declarou. Ainda há desvio de armas das UPP's para os traficantes, há várias denuncias no Ministério Público sobre o abuso de poder principalmente para com os jovens negros moradores das favelas, vocês sabiam? E a única resposta que o Beltrame nos dá é: "Vamos investigar as denúncias", e mais NADA!!!! Fica nisso, desrespeito para com os moradores, para com as mulheres, o toque de recolher (é,é verdade, existe toque de recolher no Jacaré), a proibição de se escutar funk nas CASAS dos moradores.
       Vejam só o depoimento de uma moradora de favela ocupada por UPP:

     Gente, não concordo com o tráfico de drogas e toda a violência que a criminalidade trás, mas temos que ter cuidado do modelo que esta vindo: irá ajudar à quem? Ou vai simplesmente substituir uma violência de bandidos para a violência de policiais? As repostas têm sido a substituição. De nada adianta ter UPP no Caju se os problemas continuarem: as carretas que estacionam irrelugarmente, os ônibus que NÃO funcionam, a clínica da família que funciona somente com enfermeiros e o Caju parecendo um verdadeiro LIXO (sem contar que nós ganhamos mais um ramo que assola o Caju literalmente na MERDA: UMA EMPRESA DE BANHEIRO QUÍMICOS E LIMPEZA DE BANHEIROS QUÍMICOS).

     O que nós acontecerá com a UPP só esperando para ver, mas não vamos saudar de início como se fosse um milagre vindo de alguma divindade, o que há mais de 4 anos vem sendo denunciado por abuso de PODER e DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS.


Myllena da Silva Cunha